Associação de Pescadores de Jacaraípe - ASPEJ

Oitivas da Justiça Federal no Macroterritório Sul

Desastre de Mariana


Maioria dos atingidos no Território Sul pelo Rompimento da Barragem de Mariana, confirma ADAI como Assessoria Técnica Independente (ATI)


As oitivas buscam uma solução para o impasse na escolha da Assessoria Técnica Independente (ATI) que irá auxiliar as populações de Aracruz, Fundão e Serra no processo de reparação e compensação dos danos causados pelo crime da Samarco/Vale-BHP.


Foram realizadas cinco oitivas que aconteceram em Fundão, Nova Almeida, Barra do Riacho, Aracruz e Jacaraípe. Em quatro das cinco oitivas da Justiça, o consenso foi pela contratação imediata da ADAI, eleita em 2018.


A Associação de Pescadores de Jacaraípe (ASPEJ) realiza rodada da 5ª Oitiva através da Justiça Federal no Macroterritório Sul.


A 5ª Oitiva aconteceu em Jacaraípe, e contou com a participação das principais lideranças da Serra, onde foi confirmada pela preferência da maioria dos atingidos, a contratação imediata da Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI).


"O nosso pessoal está convicto que queremos a ADAI e queremos imediatamente", afirma o Coordenador do Movimento Nacional dos Pescadores e Pescadoras (MPP) e presidente da Federação das Associações de Pescadores do Espírito Santo (Fapaes), Manoel Bueno dos Santos, o Nego da Pesca.


"Nós entendemos que tendo assessoria técnica implantada aqui, sendo nosso porta-voz, fazendo os estudos, a gente tem mais condições de sermos ouvidos pela Justiça. Queremos uma assessoria já legitimidada desde 2018. Estamos convictos que precisamos ficar com a ADAI. Só queremos que ela inicie de imediato e que sejamos ouvidos", posiciona.


Nego da Pesca ressalta ainda uma questão fundamental para os pescadores da Serra, que é o reconhecimento de todo o litoral serrano como atingido, e não apenas Nova Almeida."A Fundação Renova, malandramente, reconheceu somente Nova Almeida e chegou para o Comitê Interfederativo [CIF] e para o juiz antigo [Mário de Paula Franco Junior] dizendo que tinha reconhecido a Serra. O juiz inocentemente não conhecia a aceitou. Então nós chegamos para o juiz e para o CIF e dissemos que tem que reconhecer o município inteiro, que tem menos de dez milhas de litoral", conta



Nego da Pesca explica que Carapebus, praia mais ao sul da Serra, até a foz do Rio Doce, onde o rejeito foi lançado ao mar, são menos de 30 milhas, dez delas no litoral serrano. Além disso, acrescenta, "em 80% do tempo a água corre para o nosso lado, para o sul do Rio Doce", acrescenta, referindo-se à predominância do vento nordeste no litoral capixaba ao longo do ano, bem como as correntes marítimas, que na maior parte do tempo correm do norte para o sul. "Temos uma petição de 40 páginas explicando isso para o juiz e para o CIF".


Ele compara a situação com o extremo norte capixaba, para ressaltar a injustiça da exclusão, até agora, do litoral serrano. "Itaúnas está a 70 milhas do Rio Doce e já foi reconhecido. E só em 20% só do tempo a água corre para lá". Até mesmo na Bahia, relata, já há movimentação para que haja o reconhecimento e indenização.


Confira as principais fotos da Oitiva, em Jacaraípe.



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